Aprendizados de uma Viagem – Parte II

(se você não leu a primeira parte clique aqui)

Antes de seguir rumo a Maragogi, no Recife ainda, resolvemos visitar um Shopping local. Os shoppings são uma ótima forma de avaliar diversas questões relacionadas ao Marketing, publicidade e atendimento.

Como estávamos no meio da tarde resolvemos experimentar uma empadinha. O local, Empadinhas Barnabé, e aqui vão minhas impressões sobre o que encontrei:

empadinhas-barnabe

a) Ótimo Produto: De verdade, uma empadinha pequena, massa saborosa e recheio na medida certa. A versão doce é surpreendentemente gostosa.

b) Preço Agradável: Comemos empadinhas, dentro do Shopping, por R$ 3,50.

c) Atendimento Legal: O rapaz foi simpático, atencioso e o sistema deles é bastante enxuto e rápido.

d) Identidade Visual de Gosto de Duvidoso: Sério, avaliem comigo o logotipo da empresa abaixo:

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Ponto 01 –

  • É uma empadinha, com uma empadinha na mão. 😀

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Ponto 02 –

  • O olhar e a língua de fora sugerem que a empadinha vai comer a empadinha (canibalismo?) 😛

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Ponto 3 –

  • Detalhe desnecessário e, creio eu, acidental, no meio das”pernas” do logo (perceba que embora pareça, não é). 😛

Sem querer ser um chato de galocha, é importante para um serviço/produto ter uma identidade visual adequada e profissional. Quer dizer, tudo bem no começo de uma empresa você construir sua marca com um sobrinho, amigo ou até usando imagens gerais encontradas no Google. Porém, a medida que você vai ganhando espaço e crescendo como empresa, o ideal é reformular e tornar sua marca algo mais coerente e proporcional com aquilo que você gostaria de alcançar, seguindo além da vontade do dono um direcionamento profissional de pessoas que estudaram e entendem do assunto.

Essa questão da logo da Empadinhas Barnabé obviamente não tornaram o produto ruim ou prejudicaram o atendimento. Talvez, até o momento, nem mesmo os tenham impedido de alcançar maior resultado de vendas. Mas é evidente que uma mudança seria inteligente e interessante para evitar crises futuras.

Também é legal perceber que não são apenas empresas do nordeste que cometeram esse tipo de avaliação estranha do personagem que compõe a logomarca. Vejam abaixo o exemplo trazido a mente por minha esposa de uma grande marca agindo com o mesmo critério da Empadinhas Barnabé:

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“Canibalismo” parece ser algo comum, não é mesmo? hehehe…

Brincadeiras a parte, identidade visual não é brincadeira. Leve a sério a sua, cuide de sua marca, contrate um profissional que esteja preocupado com diversas nuances, aplicações e crescimento de seu negócio.

Seguimos viagem e no meio do caminho encontramos um local muito, muito bacana:

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O legal é que, além de terem um produto muito gostoso (pense em uma coxinha com massa diferenciada) descobri que eles renovaram a marca e o local. A estrutura do local lembra a de um castelo o que torna a experiência ainda mais bacana. O Preço é bem bacana também (se for para estes lados, visite).

Algo que eu quero deixar como dica para quem gosta de experimentar lugares novos é o seguinte: Sempre opte pelo produto que é a especialidade do local. Escolha sempre aquilo que eles anunciam como sendo sua principal oferta. Se você vai a uma Espetaria peça espetinho! Se você vai ao Rei das Coxinhas peça uma coxinha!

A viagem seguiu tranquila em uma estrada boa, com poucos buracos e sem nenhum pedágio. Nós que vivemos no Sul do país temos uma impressão preconceituosa sobre o Nordeste como um todo, mas a verdade é totalmente diferente. As estradas são boas, a comida é muito boa, o atendimento quase sempre bom.

Enfim, chegamos a cidade de Maragogi e vou falar sobre ela na próxima parte…

A Redução da Maioridade Penal e o Empreendedorismo

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Você começou a ler este artigo tentando entender o que uma coisa tem a ver com a outra? Sem problemas, meu objetivo é mostrar a nítida conexão do pensamento de pessoas que hoje criticam a redução da maioridade penal e a forma como um empreendedor age diante de uma situação similar.

Entre os principais argumentos de quem é ideologicamente contra a redução da maioridade penal é de que esta medida não é a solução. Afirmam que, reduzir a idade não resolverá e na verdade agravará a situação criando ainda maiores problemas. Ainda nesta linha de raciocínio, tais pessoas afirmam que, o melhor seria resolver o problema de forma mais inteligente é interessante.

O maior problema desta forma de pensar é que ela diz “não vai dar certo!”, sem a hombridade ou a coerência de apresentar uma solução viável. É, em uma análise mais profunda, o mesmo comportamento apresentado por críticos profissionais que optam por dizer o que não funciona e o que funciona, sem nunca se quer experimentar colocar em prática e testar suas ideias. Isso mostrar uma conexão entre a forma de pensar de tais pessoas e a falta de maior número de empreendedores no país. Diversas pessoas vivem infelizes atuando em empresas ou cargos onde tem um chefe estúpido, ignorante e totalmente sem preparo para lidar com equipe ou público, mas ao invés de mudar, criar algo novo, investir em um empreendimento próprio, preferem ficar onde estão e seguir apenas criticando as atitudes de seu patrão. A vida então torna-se uma eterna chatice repleta de reclamações e de frases como: “Não adianta!”, “Isso não resolve nada!” e a famosa: “Isso não vai dar certo.”. Além disso, pessoas que se permitem permanecer em lugares de trabalho assim desenvolvem a mediocridade, onde a vida passa a ser uma busca pelo final de semana e um ódio mortal da segunda-feira.

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É neste patamar que temos uma conexão com o empreendedorismo. O empreendedor é alguém que enxerga um problema e vê nela uma oportunidade de solução através de um negócio que gere algum tipo de lucro. A mente do empreendedor opta sempre por testar, arriscar, ir em frente, mesmo quando críticos profissionais e negativos afirmam que “Não vai dar certo”. Em sua mente, o feito é sempre melhor do que o perfeito, o fazer é mais útil do que apenas querer e o sonhar o irmão gêmeo (siamês) do realizar.  O empreendedor, não desiste na primeira solução que encontra, mas não deixa de solucionar de imediato um problema existente apenas por ainda não ter completamente a solução ideal é plena. Na mente do empreendedor, mais vale uma solução temporária que nenhuma solução.

Perceba que, assim como aqueles que defendem a redução mas não acreditam que esta será a solução final, os empreendedores atuam sempre no campo da solução imediata sem descartar a necessidade de continuidade em um processo mais amplo, que visa e contempla o todo. O que tais “construtores de soluções” evitam é cair no pensamento da mesmice e inércia devido ao fato de que, o que é apresentado, é apenas uma solução parcial e não contempla o problema todo. Infelizmente, os negativos e pessimistas preferem atuar na ideia utópica de um mundo plenamente perfeito, onde toda e qualquer falha humana seja restaurada ou evitada através de falácias e métodos ideológicos sem nenhuma prática.

Para empreendedores isso não funciona. Um empreendedor vai a luta mesmo sabendo do ambiente hostil, da crise e do governo do PT. O empreendedor levanta a cabeça e sobe a montanha do desafio e da incerteza, buscando encontrar formas de criar soluções, mesmo que temporárias. É claro que a medida que o empreendedor vai ficando mais experiente, ele amplia seus esforços no planejamento estratégico e no design thinking, tentando prever cada necessidade antes de existir, mas isso não o impedirá quando for necessário uma solução pontual, uma ação decisiva e incisiva exigida pelo momento.

o empreendedor foca na solução.

o empreendedor foca na solução.

Em conversas com críticos da redução da maioridade penal, resolvi questionar o seguinte: “Ok, entendendo que a redução da maioridade penal não é a solução plena, o que você faria com um menor de idade que estuprou e matou um outro menor de idade?” A pergunta hipotética que eu apresentei a alguns amigos é similar a qualquer pergunta realizada em uma reunião de brainstorm para desenvolvimento de novos serviços e produtos, onde oferecemos um problema que necessita de uma solução eficaz.

Para minha decepção, a pergunta nunca era respondida de forma satisfatória. As respostas sempre iam na linha do “Mas temos que oferecer auxílio antes disso acontecer!” ou “A questão não é essa…”, ou seja, ignoravam por completo um problema real e cotidiano. Ok, a redução pode não ser a solução plena, que envolve mais educação FAMILIAR além da escolar, que vai para uma transformação da cultura e fortalecimento de princípios e valores fundamentais, mas, as notícias mostram que, independente de ter acesso a informação, educação, esportes e etc, alguns seres humanos vão optar por pela violência e aí, no momento em que ocorre o problema, qual é a solução eficaz?

Você já deve ter entendido a conexão com o empreendedorismo e a mentalidade de esquerda na redução da maioridade penal. Empreendedores de verdade, entendem o contexto em que vivem, os desafios reais, a cultura estabelecida e oferecem soluções criativas e eficazes. Empreendedores de verdade querem resolver problemas e não apenas conversar, dialogar e fazer plano de como o mundo seria melhor sem fome, sem doenças e sem impostos. O mundo dos empreendedores é o mundo real, cheio de problemas que são enxergados como oportunidades de negócios e desenvolvimento.

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O empreendedor enfrentará diversas situações problemáticas e grandes desafios em sua vida, mas, caso queira obter sucesso, irá precisar enxergar o mundo de forma objetiva e oferecer soluções constantemente. Sejam soluções temporárias ou duradouras, sejam completas ou parciais, a vida do empreendedor é oferecer soluções e não apenas desculpas baseadas no medo, na preguiça e na incoerência utópica.

Quem quer dá um jeito, quem não quer dá uma desculpa.

Quem quer dá um jeito, quem não quer dá uma desculpa.

Obs.: O que avaliei aqui não foi a questão da redução em si, mas o pensamento preguiçoso de não oferecer uma solução concreta e real para um problema comum e recorrente no país.